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Junho com jeito de Janeiro

Junho, o mês da paixão e de encantos.
Período festivo, mês de todos os Santos.
Mais uma vez retornamos àquela vila que a todos recebia.
Hoje o local da festa mais animada em toda Paraíba.

Conhecida como cidade de todos os Santos, local no interior do Nordeste.
Cujo povo forte e de cultura rural, sobrevivia às mazelas do agreste.
A verdade triste, é que o povo do interior nordestino é sempre esquecido pelos políticos de nossa Nação.
Mas lutadoras e fortes, as pessoas esqueciam do sofrimento através do trabalho e da religião.

Na delegacia do delegado Tibério, o silêncio usual foi quebrado.
Pelo grito da viúva Ernestina, que vinha da igreja com um comunicado.
A cruz sagrada, feita em homenagem aos caboclos e santos do Brasil.
Fora levada de forma violenta, por um bandoleiro de pensamento vil.

Após dias tentando resolver esse crime, envolto em mistério.
Uma decisão final veio ao pensamento do delegado Tibério.
Crime de objetos sagrados, no mês de Junho, era algo a ser levar a sério.
Assim o delegado foi rapidamente na direção do antigo sítio de Desidério.

Apesar de novo esse local era belo e de um ar modesto.
Seu dono agora era um jovem trabalhador, de nome Ernesto.
Homem nobre e amável, que vivia com seus familiares, e amava a sua avó.
Uma senhora sábia e forte, pois fora esposa daquele chamado Jacó.

Ao conversar com o delegado ele entendeu a situação.
Lembrou das profecias do preto velho que lhe informara a sua missão.
Passaram dois dias, e Ernesto cavalgava pela tortuosa trilha.
Pensando a cada momento na honra de sua família.

O mundo moderno havia mudado o clima de modo bem ligeiro.
O calor escaldante atingia a região mais ao sul, de um modo forte e matreiro.
Deixando quente o inverno, e Junho com jeito de Janeiro.

Ao chegar a Aquidauana, Ernesto parou em um bar.
Onde os peões de comitivas estavam a se embriagar.
Mas alguém que o observava, sentado em uma mesa isolada, desviou o seu olhar.
Os olhos penetrantes vinham de um homem que, bebendo de uma cuia, parecia meditar.

Ao falar ele disse que era um homem altruísta e senhor do seu destino.
Com fivela de prata, máscara de couro no rosto e de nome Jakelino.
Ao ver as armas do homem, Ernesto desconfiado sabia que algo iria acontecer.
Ele pegou sua carabina e apontou para Jakelino, procurando se defender.

Peões fugiram, pois pistolas e carabina foram apontadas para os pescoços.
Será que o destino cruel, iria repetir o epílogo da lenda dos três caboclos?
Mas Ernesto e Jakelino pararam para pensar, e observando analisaram o momento.
Chegando a conclusão, que essa situação, nada mais era que um desentendimento.

Ao conversarem Jakelino e Ernesto se entenderam e decidiram resolver a situação.
E se tivesse som esse conto, ao mudar de personagens às rimas iriam do forró ao vanerão.
Eles procuraram o bandido da igreja, por quase dois dias inteiros.
Que se mostrava mais difícil de prender, que deputados mensaleiros.

Entendendo a preocupação de Ernesto, que estava numa contenda de fé.
Jakelino procurou os conselhos de seu amigo, um índio que era pajé.
Chegando ao local e quando viu o bandoleiro, Ernesto armado perdeu paciência.
Mas Jakelino o impediu, dizendo que o melhor caminho não era a violência.

Ao ver as roupas de Ernesto, o bandoleiro assustado tentou dar no pé.
Mas Jakelino o atingiu na cabeça com a sua cuia de Tereré.
Após esses fatos Ernesto e Jakelino até hoje são amigos.
O bandoleiro foi para a prisão.
O que devia ser o destino de todos os bandidos.
Principalmente os que roubam a Nação.

Isso não são palavras de poesia, nem letra de repente.
Apenas um roteiro arretado que surgiu em minha mente.

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Junho com jeito de Janeiro

Junho, o mês da paixão e de encantos.
Período festivo, mês de todos os Santos.
Mais uma vez retornamos àquela vila que a todos recebia.
Hoje o local da festa mais animada em toda Paraíba.

Conhecida como cidade de todos os Santos, local no interior do Nordeste.
Cujo povo forte e de cultura rural, sobrevivia às mazelas do agreste.
A verdade triste, é que o povo do interior nordestino é sempre esquecido pelos políticos de nossa Nação.
Mas lutadoras e fortes, as pessoas esqueciam do sofrimento através do trabalho e da religião.

Na delegacia do delegado Tibério, o silêncio usual foi quebrado.
Pelo grito da viúva Ernestina, que vinha da igreja com um comunicado.
A cruz sagrada, feita em homenagem aos caboclos e santos do Brasil.
Fora levada de forma violenta, por um bandoleiro de pensamento vil.

Após dias tentando resolver esse crime, envolto em mistério.
Uma decisão final veio ao pensamento do delegado Tibério.
Crime de objetos sagrados, no mês de Junho, era algo a ser levar a sério.
Assim o delegado foi rapidamente na direção do antigo sítio de Desidério.

Apesar de novo esse local era belo e de um ar modesto.
Seu dono agora era um jovem trabalhador, de nome Ernesto.
Homem nobre e amável, que vivia com seus familiares, e amava a sua avó.
Uma senhora sábia e forte, pois fora esposa daquele chamado Jacó.

Ao conversar com o delegado ele entendeu a situação.
Lembrou das profecias do preto velho que lhe informara a sua missão.
Passaram dois dias, e Ernesto cavalgava pela tortuosa trilha.
Pensando a cada momento na honra de sua família.

O mundo moderno havia mudado o clima de modo bem ligeiro.
O calor escaldante atingia a região mais ao sul, de um modo forte e matreiro.
Deixando quente o inverno, e Junho com jeito de Janeiro.

Ao chegar a Aquidauana, Ernesto parou em um bar.
Onde os peões de comitivas estavam a se embriagar.
Mas alguém que o observava, sentado em uma mesa isolada, desviou o seu olhar.
Os olhos penetrantes vinham de um homem que, bebendo de uma cuia, parecia meditar.

Ao falar ele disse que era um homem altruísta e senhor do seu destino.
Com fivela de prata, máscara de couro no rosto e de nome Jakelino.
Ao ver as armas do homem, Ernesto desconfiado sabia que algo iria acontecer.
Ele pegou sua carabina e apontou para Jakelino, procurando se defender.

Peões fugiram, pois pistolas e carabina foram apontadas para os pescoços.
Será que o destino cruel, iria repetir o epílogo da lenda dos três caboclos?
Mas Ernesto e Jakelino pararam para pensar, e observando analisaram o momento.
Chegando a conclusão, que essa situação, nada mais era que um desentendimento.

Ao conversarem Jakelino e Ernesto se entenderam e decidiram resolver a situação.
E se tivesse som esse conto, ao mudar de personagens às rimas iriam do forró ao vanerão.
Eles procuraram o bandido da igreja, por quase dois dias inteiros.
Que se mostrava mais difícil de prender, que deputados mensaleiros.

Entendendo a preocupação de Ernesto, que estava numa contenda de fé.
Jakelino procurou os conselhos de seu amigo, um índio que era pajé.
Chegando ao local e quando viu o bandoleiro, Ernesto armado perdeu paciência.
Mas Jakelino o impediu, dizendo que o melhor caminho não era a violência.

Ao ver as roupas de Ernesto, o bandoleiro assustado tentou dar no pé.
Mas Jakelino o atingiu na cabeça com a sua cuia de Tereré.
Após esses fatos Ernesto e Jakelino até hoje são amigos.
O bandoleiro foi para a prisão.
O que devia ser o destino de todos os bandidos.
Principalmente os que roubam a Nação.

Isso não são palavras de poesia, nem letra de repente.
Apenas um roteiro arretado que surgiu em minha mente.